A Maçã tem 72 horas para esclarecer as questões que envolvem a retirada dos adaptadores de tomadas das caixas de iPhones 12, 11, XR e SE 2020.
A Apple provocou a insatisfação de muitos ao anunciar que os novos iPhones 12 não acompanharão o carregador de tomada na caixa, deixando apenas o cabo Lightning. A remoção do item se estendeu aos modelos 11, XR e SE 2020, que já estão à venda no território tupiniquim.
Nesta terça-feira (27), o PROCON-SP pediu esclarecimentos à Apple sobre a não inclusão de adaptadores de tomada das caixas dos iPhones 12, 11, XR e SE 2020. O órgão busca entender o real motivo da decisão comercial, os custos dos dispositivos oferecidos separadamente e o que será disponibilizado para que os consumidores recarreguem os smartphones da Maçã. Além disso, a entidade também busca entender se o consumidor pode utilizar carregadores alternativos, se que garantirão segurança e a mesma experiência, caso adquirisse o kit padrão. Hoje, o carregador vendido separadamente pela Apple, tem o custo estimado em R$220,00 (US$19,00), com 20w, USB-C e um ano de garantia.
A Apple foi procurada para esclarecimentos por um veículo de mídia de São Paulo, mas segundo o próprio, a empresa se privou de comentar o caso. A prática pode configurar venda casada, uma vez que o smartphone depende do carregador para seu funcionamento, o que obrigaria o consumidor adquirir o item.
Em nota anterior, a Apple justifica a retirada do equipamento com a questão ambiental.
"Os consumidores da Apple já possuem diversos dispositivos de carregamento em suas casas, e, com caixas menores, podemos reduzir o impacto ambiental transportando mais unidades dos aparelhos numa única remessa, além de diminuir a produção de gases tóxicos com a menor extração de metais para a produção do dispositivo elétrico."
Segundo Michel Roberto, advogado do Instituto de Defesa do Consumidor, se a empresa não sinalizar claramente para o consumidor a falta do item na caixa na hora da compra, ela estaria "induzindo o consumidor ao erro". A prática de venda casada é considerada abusiva pelo Código de Defesa do Consumidor, mas não há muita clareza neste caso Apple, uma vez que a envolve questões ambientais. É preciso aguardar o posicionamento oficial da empresa. Reitera o advogado.
por Luciano Oliveira
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